terça-feira, 25 de novembro de 2014

Porta de Motel

(imagem retirada da internet)

Conheci Filipe numa rede social. Tínhamos amigos em comum, ele enviou-me um convite e eu aceitei.
Iniciámos a nossa amizade agradavelmente, com conversas triviais sobre os nossos trabalhos, os nossos hobbies, as coisas que gostávamos.

Com o passar dos meses, e de trocas diárias de mensagens, ele começou a abrir-se um pouco mais comigo, e eu com ele. Partilhámos detalhes da nossa vida mais pessoal e amorosa. Era um homem doce, mas profundamente infeliz. A sua mulher estava em depressão há alguns anos, o carinho era pouco e o sexo cada vez mais escasso. Lutava diariamente contra o fogo que o consumia e contra a tentação de lhe ser infiel, pois amava-a muito e tinha esperança que um dia ela voltasse a ser o que era. Satisfazia-se sozinho todas as noites, às vezes mais que uma vez por dia, mas isso não o ia aguentar por muito mais tempo. Optou por começar a dedicar-se intensamente ao desporto, para extravasar a energia acumulada, mas surtia pouco resultado.

As nossas conversas iam ficando cada vez mais íntimas e atrevidas, ele deixava-me louca com as suas conversas envolventes e o fogo que queimava dentro dele, passava o ecrã dos nossos computadores. Chegávamos a passar horas em conversas lascivas, a descrever cenários imaginários, onde nos poderíamos cruzar, a imaginar o que faríamos quando estivéssemos juntos. Trocávamos clips porno com aqueles cenários em que nos tínhamos imaginado mutuamente.

Inevitavelmente, acabámos por trocar algumas fotos íntimas. Comecei, com um pouco de vergonha, por lhe enviar uma foto em soutien, mas ele queria muito mais. Acabou por me convencer a enviar uma dos meus seios nus. Disse que se tinha masturbado a olhar para ela.

Eu já tinha visto uma foto de Filipe. Era um homem bem moreno, lindo, com os seus 29 ou 30 anos, uns lábios tão carnudos que só de olhar dava para sentir uma pulsada lá em baixo. Depois de alguns meses dele estar no ginásio, caí na asneira de pedir outra foto, em tronco nu, para ver a evolução. Ele foi um sacana…enviou uma foto em tronco nu… e algo mais… bem depiladinho… e duro! O desgraçado ainda teve a coragem de dizer que estava assim porque estava a pensar em mim e tinha estado a ver as minhas fotos…fiquei doida!

Antes que começasse a pensar muito, e me arrependesse, mandei uma mensagem: “Amanhã às 20h, no Motel do Sul. Diz à tua mulher que vais jogar à bola…desenrasca-te!” ao que ele apenas respondeu: “OK!”

Fiquei super nervosa, mal dormi nessa noite a pensar no que iria fazer. Demorei horas a escolher a roupa que iria vestir e, sobretudo, a lingerie. Optei por um conjunto branco de renda, uma camisa branca e uma saia preta. Bem clássico, não poderia falhar! Já perto da hora marcada, tomei o meu duche, vesti a roupa, meti-me no carro e rumei ao local marcado. Pensei em chegar um pouco antes de Filipe, para me poder refrescar depois da viagem, mas ele parecia mais ansioso do que eu e acabou por chegar primeiro. Mandou-me uma sms com o número do quarto. Entrei, estacionei o carro perto da porta e bati. Toda eu tremia. Tentei afastar da cabeça todos os pensamentos que eu tinha, de insegurança sobre as expectativas que Filipe teria sobre mim. Pensei também no que raio me teria passado pela cabeça para ter marcado aquele encontro, sem ao menos ir beber um café primeiro. Mas era tarde para pensar nisso. Já estava ali, à porta do quarto, apenas à espera que ela se abrisse e que do outro lado aparecesse aquele que era, tecnicamente, um estranho.

(...)

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